Andando pelas ruas do cais em tua companhia mulher degenerada
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Noite em Roterdão (Conto)
Andando pelas ruas do cais em tua companhia mulher degenerada
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Mário Quintana pro dia não passar em Branco.

Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Mario Quintana
PRESENÇA
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Visita a Rotterdam
Visita em Roterdão
Sempre soube que poesia é um desporto da Alma
Destes que exigem disciplina para manter músculos cardíacos ativos
Poesia que não se presta ao cotidiano, não comove o ser comum
Quando o comum é também enusitado o complexo talvez também compreenda.
Acordei já com saudade de ontem
Da visita curta que lhe fiz
Da brevidade e intensidade do nosso encontro
Onde podemos nos conhecer mais
Onde nossas Almas transpiraram Amizade
Violas, vinhos, cigarros
Livros, discos e fotografias
Piadas , sorrisos , comentários
Jantares e pequenos almoços
Novas receitas, novas músicas
È verdade, nunca fui tão bem tratado
Como descobrir novos amigos pode ser tão intenso
Um casal sensacional no andar topo
Agora me lembro dos telhados e chaminés
Do horizonte por trás das altas torres
Das cadeiras de tomar sol e dos cinzeiros fomegantes
É verdade... gostaria de vê-los longe dos cigarros consumidores
Sei que fazem a vida intensa, mas também fazem a saúde esvair-se
E uma tosse intensa é vazia de prazer e ocupa pensamentos
Mas deixei para outro dia este incentivo, esta mesa de negociações
Amigo tão divertido e tão sério
Amiga extremamente suave
Mais uma vez totalmente obrigado
Devido a diferença tão pequena de idade
Não posso imaginar que me trataram com um filho
Mas me trataram tão bem que foi assim que me senti
Gostei muito de estar na Rotterdam urbana
Na área central e cosmopolita
Gostei de ver tuas meninas
De sentar em cafés aquecidos por resistências elétricas
E estou curtindo buscar a poesia de tudo isso
Dos canais esverdeados por algas aveludadas
Donde decolam patos e aves marinhas
Das ruas dos antigos cais e suas prostitutas
Do gigante menir de Picasso na esquina
Encontros que promovem o encontro
Onde o ócio revela sua riqueza e legitimidade
Onde a humanidade oferece partilha e admiração
Meus amigos, mais uma vez obrigado
São vocês cicerones espetaculares
Que fazem um viajante como eu se sentir milionário
Estrelas, para mim são estrelas, vocês são estrelas
Já que a poesia vira carta
Não posso deixar de revelar
O quanto inspirador foi ver o escritor
E me lembrar que publicar é dar caminho as palavras
Nenhum escritor se contém, sempre estão a pensar em seus livros
Mas publicar é dar caminho é criar mundos em outras mentes
Como podemos resistir as vezes tão longamente
Temos que contar nossas histórias em outras pernas
Em personagens que podem ganhar sua própria estrada
Que as boas bênçãos de Rotterdão estejam com voces
Saudades... um pequeno poeta agora lembrando Andrade.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Ciberespaço

A internet é como um mundo espiritual dos que estão vivos
O espiritual artificial, o éter cibernético
De tudo esta se falando, todos os cantos se expressando
Todos fazendo todos os atos nesse ciberespaço
Comunicar-se em massa há muito não e mais privilégio dos que tem fama
Ou dos que são poderosos na midia
Eh uma coisa que o individuo com pode almejar
É a voz de todos os guetos de todas as facções
São todos os cenários da vida organizada e da vida caótica
O velho, o bicho, o deus, o ser , o buscador , o homem em todos esses papéis
Na rede em rede
Sentado em sua escrivaniha está diante do mundo
Os espaco onde todos nos tão fisicos também somos virtuais
Como navegar num cosmo
Como navergar num plasma
Com navegar na Alma dos seres
Tudo lá, no zero e zero
Todo os dias eu me satisfaço com a minha existência
Por que eu vibro por uma existência de se exercer como ser livre
Que vislumbra onde estão as otimizações das relações
Eu vivo assim, com satisfação
Eu encontro assim o que busco
Eu estou sempre aprendendo
E desde que aprendi isto
Estou sofrendo a dor e o prazer
De compreender o meu mundo
Eu estou lá num nível mais profundo
Eu estou lá numa esfera mais elevada
Como de uma outra dimensão
Eu estou lá também
Me assistindo
Como um que busca a si mesmo
Que muitas vezes se desconhece
Que se conflita
Que se absolve
Que se exerce
Que chora
Que se sente tao pequeno
Que se sente no todo
Ser ser
E estar apto
Para fechar os olhos
E apenas meditar
Sobre o que é ser