Visita em Roterdão
Sempre soube que poesia é um desporto da Alma
Destes que exigem disciplina para manter músculos cardíacos ativos
Poesia que não se presta ao cotidiano, não comove o ser comum
Quando o comum é também enusitado o complexo talvez também compreenda.
Acordei já com saudade de ontem
Da visita curta que lhe fiz
Da brevidade e intensidade do nosso encontro
Onde podemos nos conhecer mais
Onde nossas Almas transpiraram Amizade
Violas, vinhos, cigarros
Livros, discos e fotografias
Piadas , sorrisos , comentários
Jantares e pequenos almoços
Novas receitas, novas músicas
È verdade, nunca fui tão bem tratado
Como descobrir novos amigos pode ser tão intenso
Um casal sensacional no andar topo
Agora me lembro dos telhados e chaminés
Do horizonte por trás das altas torres
Das cadeiras de tomar sol e dos cinzeiros fomegantes
É verdade... gostaria de vê-los longe dos cigarros consumidores
Sei que fazem a vida intensa, mas também fazem a saúde esvair-se
E uma tosse intensa é vazia de prazer e ocupa pensamentos
Mas deixei para outro dia este incentivo, esta mesa de negociações
Amigo tão divertido e tão sério
Amiga extremamente suave
Mais uma vez totalmente obrigado
Devido a diferença tão pequena de idade
Não posso imaginar que me trataram com um filho
Mas me trataram tão bem que foi assim que me senti
Gostei muito de estar na Rotterdam urbana
Na área central e cosmopolita
Gostei de ver tuas meninas
De sentar em cafés aquecidos por resistências elétricas
E estou curtindo buscar a poesia de tudo isso
Dos canais esverdeados por algas aveludadas
Donde decolam patos e aves marinhas
Das ruas dos antigos cais e suas prostitutas
Do gigante menir de Picasso na esquina
Encontros que promovem o encontro
Onde o ócio revela sua riqueza e legitimidade
Onde a humanidade oferece partilha e admiração
Meus amigos, mais uma vez obrigado
São vocês cicerones espetaculares
Que fazem um viajante como eu se sentir milionário
Estrelas, para mim são estrelas, vocês são estrelas
Já que a poesia vira carta
Não posso deixar de revelar
O quanto inspirador foi ver o escritor
E me lembrar que publicar é dar caminho as palavras
Nenhum escritor se contém, sempre estão a pensar em seus livros
Mas publicar é dar caminho é criar mundos em outras mentes
Como podemos resistir as vezes tão longamente
Temos que contar nossas histórias em outras pernas
Em personagens que podem ganhar sua própria estrada
Que as boas bênçãos de Rotterdão estejam com voces
Saudades... um pequeno poeta agora lembrando Andrade.
http://www.youtube.com/watch?v=IxgfKepUbjg