segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Despertador poético



Direto ao assunto
é urgente quebrar a pausa
empreender a pauta
matar de pauladas
essa abulia


Não pare mais no meio do parágrafo
não deixe em frangalhos tuas frases


morra de amores pelos horrores de tuas dores
mas não as guarde só para ti
de vida a tantos personagens que em ti pulsam
deixe o ridículo se revelar em gargalhadas soluçantes
Desconheça a ti mesmo retirando o manto do recato
Mande recados, faça intrigas, ria da tua gente
misture queixos caídos
bocas abertas
e dedos apontados

Encha o saco desse saco de gatos
mesmo que ninguém entenda nada
e fique com esse riso amarelo estampado no canto do riso
Pare de achar que passou a vida relevando fotografias de si
Quantos de nós não relevamos você
e não venha por palavras na minha boca
pois agora sou eu que estou as colocando na tua
Não, não há nenhuma arrogância
meu tom não é apenas imperativo
só que estou sedendo
de ver a verdade afiada
que estás cançado de esconder
tu não é o lôbo nem a pele do cordeiro

OD (Hoje , Cidade do povo)




http://br.youtube.com/watch?v=7Nlj-A_UY4E

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